ALUNOS DE SERGIPE ESTÃO ENTRE OS QUE MENOS RECEBERAM ATIVIDADES NA PANDEMIA

 Uma pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas sobre o ‘Retorno para Escola, Jornada e Pandemia’ traz índices que demonstram o quanto a crise causada pela covid-19 e o modelo de aulas online/remoto prejudicou a educação no Brasil durante o ano de 2020. Segundo a pesquisa, Sergipe está entre os estados com os maiores índices de alunos que não receberam qualquer atividade escolar para fazer em casa. 

 Apesar de figurar entre os seis estados líderes em tempo dedicado para escola entre os alunos de 6 a 15 anos, ficando em quinto lugar, com 2h32min em horas por dia útil de estudo, neste ranking Sergipe teve a maior taxa de alunos (nesta faixa etária) que não receberam qualquer atividade escolar para fazer de casa, com 22,8%. 

 Os dados da FGV se baseiam em resultados do mês de setembro de 2020, quando o Brasil tinha 29,6 milhões de estudantes matriculados entre 6 a 15 anos, o que representa uma taxa de matrícula de 97% para esta faixa de idade. Do número total de matriculados, mais de 3 milhões não receberam qualquer atividade de ensino remoto durante o período, o que corresponde a 12% do total. Nos estudantes com idades de 15 a 17 anos esse índice é ainda maior: 15,3% não receberam tarefas no período. 

 Por outro lado, os indicadores apontam que a maior parte do público-alvo da pesquisa não realizou tarefas escolares mais por problemas de oferta, ou seja, por não receberem os conteúdos, do que por questões de demanda (entre os que receberam e não fizeram). 

 A conclusão se dá pelo fato de que 2,7% dos alunos entre 6 a 15 anos receberam atividades e não as fizeram. Assim como os estudantes de 15 a 17 anos, apenas 3,6% receberam atividades, mas não a fizeram. 

 A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas faz ainda um recorte entre os alunos mais pobres e mais ricos do ensino no Brasil, pelo qual os índices comprovam que os alunos mais pobres são significativamente mais afetados pela falta de oferta de atividades escolares do que os alunos ricos. “Apenas 2,1% dos alunos mais ricos entre 6 a 15 anos não receberam qualquer atividade em setembro, enquanto 23,1% dos alunos da classe E (até R$ 245 per capita) estiveram excluídos das atividades escolares”, aponta o estudo. 

 “Esse problema de oferta educacional é provavelmente mais danoso para a educação remota dos alunos mais pobres do que problemas de demanda educacional por parte desses alunos, uma vez que, por exemplo, entre aqueles que receberam atividades, a taxa de alunos que não realizou qualquer atividade não chega ao mesmo patamar de diferença entre as classes mais alta e mais baixa”, descreve a pesquisa. 

 

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