ARACAJU: FUNCIONÁRIOS DE GRUPO PROGRESSO PARALISAM ATIVIDADES PARA COBRAR SALÁRIOS

 Como forma de pressionar a direção do Grupo Progresso (Tropical, Progresso e Viação Paraíso) a pagar o salário integral do mês de setembro, 900 funcionários dessas empresas estão com as atividades paralisadas desde a madrugada de hoje (14). Eles estão mobilizados em frente a sede da Progresso, na avenida Marechal Rondon, no bairro Capucho, em Aracaju, e prometem só retomar as atividades quando receberem os valores referentes aos salários e tickets de alimentação.

 Segundo os motoristas, a direção da empresa teria dito em reunião com a categoria que a previsão para quitação do pagamento seria o dia 30 de outubro, data que não foi aceita. “Foi pago apenas 50% do salário do mês de setembro no dia 8. Na reunião de ontem, o proprietário disse que só pagaria o restante dia 30, juntamente com os tickets. Se prometeu pagar o salário de setembro e os tickets no final de outubro, quando vai pagar esse mês? A categoria não aguenta mais, tem gente passando necessidade, com água e energia cortados, pessoas que foram já foram colocadas para fora de casas alugadas”, desabafou um dos motoristas.

 Sem os 146 ônibus das três empresas em circulação, o impacto foi imediato nas 43 linhas que são operadas pelo Grupo Progresso. Nos terminais de integração e nos pontos de ônibus, o que se viu foram usuários sem transporte para se deslocar para o trabalho ou retornar para casa. “Estou há mais de uma hora esperando o ônibus e nada. Preciso ir para Aruana trabalhar e nada de ônibus”, disse o jardineiro Francisco dos Santos.

 Em uma medida paliativa, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), informou que irá solicitar as outras empresas que atuam no sistema através do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp), para que façam o remanejamento de alguns veículos da frota para minimizar os efeitos da paralisação.

Nota

 Em nota, o Setransp informou que infelizmente essa situação tem sido frequente no sistema em decorrência do efeitos negativos da pandemia na economia, aliado ao acúmulo de débitos com com fornecedores, com impedimentos para pagar folha salarial e sem aporte financeiros dos governos, através de subsídios ou isenção de tributos.

Confira a nota:

 Na manhã desta quinta-feira (14), mais de 900 trabalhadores de um grupo de três empresas operadoras do transporte público coletivo de Aracaju paralisaram as atividades devido às dificuldades para receber parte dos salários. 146 ônibus estão paralisados e 43 linhas afetadas, sendo prejudicada principalmente a Zona de Expansão.

 Infelizmente essa situação tem sido frequente. Em setembro o mesmo ocorreu com outra empresa operadora, contudo essa realidade de colapso é comum em todo setor do transporte público coletivo de Aracaju e da Região Metropolitana, como já havia sido alertado pelo Setransp. Embora seja um serviço essencial e direito social o transporte que já vinha enfrentado dificuldades ao longo dos anos, está sofrendo diretamente os efeitos negativos econômicos da pandemia, acúmulo de débitos com fornecedores, com impedimentos para pagar folha salarial, e sem nenhum aporte financeiro dos governos, nem qualquer subsidio ou isenção de tributos.

 No ápice da pandemia a queda do número de passageiros chegou a registrar 70% e atualmente, mesmo com toda sua frota à disposição, o transporte continua com uma queda de 47% da sua demanda de passageiros habitual.

 Neste momento, as empresas cujos trabalhadores paralisam buscam soluções internas para atender seus funcionários. As demais quatro empresas prestadoras do transporte seguem em operação tentando atender os passageiros das regiões afetadas com a paralisação. Mas ainda não há previsão de retomada da circulação regular.

 Essa situação tem gerado grande preocupação para o Setransp que tem acompanhado as empresas prestadoras dando sinais de entrar em colapso e encerrar suas atividades, assim como aconteceu em mais de 160 empresas do transporte pelo país, e tem buscado auxílio dos governos para esse momento, principalmente com a isenção de impostos e taxas, com o subsídio para as gratuidades, que representam um número de mais de 15 milhões de passagens gratuitas somente nos últimos cinco anos.

Da redação, AJN1

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