BOLSONARO AMEAÇAREAGIR FORA DAS 4 LINHAS DA CONSTITUIÇÃO A INQUÉRITO NO STF
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) concedeu entrevista ao programa Os Pingos Nos Is, da Rádio Jovem Pan, nesta quarta-feira (4) e criticou a inclusão do nome dele como investigado no inquérito que apura ataques contra as eleições.
Segundo o chefe do Executivo federal, ele pode reagir fora dos limites da Constituição ao inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Sou presidente 24 horas por dia. O meu jogo é dentro das quatro linhas, mas se sair das quatro linhas, sou obrigado a sair das quatro linhas. É como o inquérito do Alexandre de Moraes: ele investiga, ele pune e ele prende. Se eu perder [as eleições] vou recorrer ao próprio TSE? Não tem cabimento isso", declarou Bolsonaro.
Mais cedo, o ministro do STF Alexandre de Moraes aceitou o pedido de investigação contra o presidente da República por causa da live nas redes sociais em que ele fez acusações sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
O magistrado recebeu a notícia-crime feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que acusa o Bolsonaro de ter espalhado informações falsas e ataques contras as instituições, em especial ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE.
Durante a entrevista, o chefe do Executivo voltou a atacar Barroso e reclamou que o ministro faz "tumulto" contra o voto impresso. Nos últimos dias, Bolsonaro vem criticando a ida de Barroso ao Congresso Nacional para tentar frear o avanço da discussão do tema.
Na sessão de abertura do semestre do TSE, na última segunda-feira (2), o presidente da Corte afirmou que foi convidado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), para comparecer ao debate com parlamentares.
"Há a alegação de que o TSE interferiu no Congresso. Digo que fui lá após convite insistente dos parlamentares. Arthur Lira me convidou pessoalmente. Fui muito bem-recebido. O parlamento dignifica a democracia. Participamos de um debate franco, honesto, de pessoas que querem o melhor e não pessoas que estão preocupadas com argumentos se perderem as eleições", disse Barroso.